terça-feira, 11 de novembro de 2014

A GASOLINA SUBIU?



Um reajuste de 3% da gasolina nas refinarias é, em matéria de impacto sobre os preços, igual a nada.

As variações de preço entre os postos por razões comerciais são imensamente superiores a isso.

E muito.

Para a Petrobras, significa muito menos do que representa a queda de preços internacionais do petróleo, que acumula uma baixa de perto de 30% em relação aos mais de 100 dólares que custava há quatro meses,

Mesmo com os 15% de valorização do dólar desde então.

E por que o governo sofrerá, então, o desgaste político deste reajuste?

Por dois fatores, essencialmente.

O primeiro, a adesão mental às regras do neoliberalismo, onde preços administrados – com definição direta pelo governo – se assemelhariam a contratos, com reajustes anuais, o que é uma tolice quando se trara de preços atrelados a oscilações cambiais ou sazonais.

Três aumentos de 1% ao longo do ano representariam mais que este, agora.

Segundo, uma incapacidade de mostrar , através da comunicação, que o preço do combustível barateou demais e demonstrar que isso cobra um preço, inclusive em consumo de combustível, pela ampliação do uso do transporte particular e a imobilidade do trânsito.

Em dezembro de 2002 , um litro de gasolina custava R$ 2,25.

Um salário mínimo, portanto, comprava 89 litros de gasolina.

Hoje, um salário mínimo, de R$ 724 reais, levando o preço médio da gasolina a R$ 3, compra 241 litros de gasolina.

Dá para entender porque o trânsito não anda?

Mas a falta de comunicação faz a gasolina estar “cara” e o trânsito engarrafado por culpa do governo.

Quando um governo explica o que faz, o povo entende.

Quando não explica e deixa que a mídia o faça, que não espere ser entendido.

Pagará, então, o preço.

Bem mais caro que o da gasolina, aliás.

OPOSIÇÃO TUCANA RESISTIRÁ AO DIÁLOGO DILMA-ALCKMIN?

Ao se reunir com a presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira (10) para discutir a crise hídrica de São Paulo e pedir recursos para a realização de obras, o governador Geraldo Alckmin demarcou sua posição política bem diversa da do ex-candidato a presidente do seu partido, o senador Aécio Neves, que, na semana passada, ao retornar ao Congresso, pregou uma oposição implacável ao governo da presidente reeleita. Não foi à toa que Alckmin soltou uma forte frase de efeito ao justificar a reunião de hoje: "o palanque acabou".

E disse mais: "Quem foi eleito foi eleito para governar. Oposição se faz no Parlamento. Acabou a eleição, a população quer soluções e soluções concretas para seus problemas. Os recursos devem ir para onde há necessidade. Vejo que há na vida pública duas condições importantes para quem é oposição. Dois deveres: divergir e interagir. Divergir naquilo que entendemos que não é adequado, e interagir, principalmente quem é governo".

A afirmação do governador paulista soou em tom muito mais conciliador do que a de Aécio. Estaria Alckmin inaugurando uma nova forma de oposição?

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