sexta-feira, 31 de outubro de 2014

AJUSTES À VISTA

TRINCA DE PESO

Jogo vira a favor da presidente; com três cartas sobre a mesa, Dilma Rousseff barrou as apostas contra; investidores mandam sinais de aprovação tanto para Luiz Carlos Trabuco, Nelson Barbosa e Henrique Meirelles; presidente do Bradesco, ex-secretário-executivo da Fazenda e ex-presidente do BC são craques no jogo do mercado financeiro; eles conhecem atalhos para atrair investimentos, gostam de controlar despesas e tem vocação para o crescimento.

Ministro da Fazenda Guido Mantega disse no dia 19 de outubro que quem apostasse em uma alta do dólar após a reeleição da presidente Dilma Rousseff iria "quebrar a cara"; após abrir a segunda-feira em R$ 2,56, o dólar futuro voltou a R$ 2,40 nesta quinta (30); o consenso era de que uma reeleição da petista iria derrubar a Bolsa e disparar o dólar, com projeções que apontavam para a moeda em R$ 2,70; até agora, Mantega estava certo.

ENGAVETADOR DA CORRUPÇÃO TUCANA É PROCESSADO

Procurador Rodrigo de Grandis manteve engavetado por quase três anos um pedido de investigação da Suíça que envolve pagamento de propina da Alstom e outras empresas a políticos do PSDB; solicitação envolvia buscas na casa de João Roberto Zaniboni, que foi diretor da estatal CPTM entre 1999 e 2003, nos governos do PSDB de Mário Covas e Geraldo Alckmin; ele é alvo de processo disciplinar do Conselho Nacional do Ministério Público, por violar deveres de "cumprir os prazos processuais" e "desempenhar com zelo e probidade as suas funções".

PSDB APELA E QUER RECONTAGEM DOS VOTOS

Partido do candidato derrotado Aécio Neves entrou nesta quinta (30) no Tribunal Superior Eleitoral com um pedido de "auditoria especial" no resultado das eleições; ação, assinada pelo deputado Carlos Sampaio (SP), pede que seja autorizada a criação de uma comissão formada por técnicos indicados pelos partidos políticos para a fiscalização dos sistemas de todo o processo eleitoral; "Nas redes sociais os cidadãos brasileiros vêm expressando, de forma clara e objetiva, a descrença quanto à confiabilidade da apuração dos votos e a infalibilidade da urna eletrônica, baseando-se em denúncias das mais variadas ordens", diz o documento tucano; Dilma Rousseff venceu o pleito do último domingo com 51,64% dos votos contra 48,36% de Aécio; tapetão vai prosperar?


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

BOVESPA JÁ OPERA EM ALTA


Depois de sete quedas em nove pregões e de cair mais de 9% em uma semana, a Bolsa recuperou uma parte das perdas nesta terça-feira (28) com correção e espera por indicação de novo ministro da Fazenda. Índice fechou com alta de 3,62%, a 52.330 pontos, enquanto o dólar caía 1,9%, a R$ 2,47. O volume negociado na Bovespa foi de R$ 9,371 bilhões; Petrobras teve ganhos de quase 5%.
 
GOVERNO NOVO, EQUIPE NOVA
A presidenta foi correta em dizer que o país não saiu dividido das eleições. Ela convoca o Brasil para pensar "prafrentemente" partindo do retrato do presente: um país com inflação controlada, crescimento capaz de assegurar empregos e salários, mercado consumidor de massas, player da Nova Ordem Mundial e que experimentou uma mobilidade social ímpar em sua história.
Não estamos mais em 2003, mas em 2014, com avanços enormes e intensa luta política neste interregno. Logo, quando se fala em "um ministério com a cara da sociedade" é importante se ter consciência de que qualquer fórmula de governabilidade e governança deve ser capaz de criar condições para a realização do discurso da presidenta.
O desafio reside na aliança com as forças sociais e econômicas dispostas a seguirem o rumo consagrado no último dia 26.
2018
Em vídeo postado na noite desta terça-feira, o ex-presidente Lula agradeceu o apoio do povo e disse que os eleitores deram uma lição ao País. “Eu acho que o povo brasileiro, com todas as divergências, com todos os seus votos diferenciados, deu uma lição de política nos políticos".
Segundo ele, o Brasil melhorou muito com programas sociais como o Bolsa-Família: "A miséria absoluta acabou, as pessoas ganharam cidadania e quem mais ganhou com isso? Ganhou a classe média, ganharam as empresas".
Lula também fez também um manifesto contra o ódio e o preconceito: "Mais generosidade e menos preconceito vai fazer um bem imenso ao País"; "Faço um convite a você que tem preconceito: abra seu coração, abra sua alma e dê uma chance a quem tem menos".
Desde a vitória da presidente Dilma Rousseff neste domingo, ele já não esconde mais seu desejo de voltar ao poder em 2018. A ideia foi publicamente defendida pelo presidente do PT, Rui Falcão, e pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

É TETRA

                                           Foto:Sugestão do amigo navegante Leonardo Templário, no Facebook do C Af
O Falando Sério reproduz artigo do Blog do Dirceu:

Parabéns ao país e para a nossa militância. Vencemos graças a ela. Esta 4ª vitória nacional consecutiva do PT e da aliança que apoiou a presidenta Dilma Rousseff à reeleição não pode e não deve ser vista como divisão do pais ou um risco de radicalização de nossa vida política. Trata se de uma tentativa primária de deslegitimar a vitória do PT, um típico recurso dos derrotados. Com o agravante que uma vitória do candidato do PSDB-DEM, senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas mesmas circunstâncias teria a mesma leitura já que seria por alguns milhões de votos de vantagem também.

O país não está dividido. Tem dois grandes partidos, PT e PSDB, que polarizam a vida política há 20 anos como em todas democracias. Basta ver os exemplos dos Estados Unidos (partidos Democrata e Republicano), Grã Bretanha (Conservador e Trabalhista), Alemanha (Partido Social Democrata-SPD e a União da Democrata Cristã (CDU), ou Espanha (PSOE e PP) e Portugal (PS e PSD).

Lá, em cada um desses países, para ficar nos mencionados, são projetos e programas que têm apoio de amplos setores e classes sociais no país com interesses contraditórios e às vezes antagônicos, que podem ou não se compor em determinadas circunstâncias (caso mais comum na Alemanha) e frente a desafios políticos sociais e econômicos, mas não são iguais e não defendem nem os mesmos interesses e nem os mesmos programas. E essa é a percepção que a própria sociedade e seu povo têm.

No Brasil o PSDB é um partido da elite, identificado por exemplo com o sistema bancário. Já o PT é um partidos dos pobres, dos trabalhadores, identificado desde sempre, desde o seu nascimento há mais de 30 anos, com o presidente Lula e sua história.

PSDB quer por fim à reeleição por puro oportunismo

A radicalização da vida política do país nessa eleição se deve ao fato que uma vitória, como aconteceu, da presidenta Dilma abre a possibilidade real de o ex-presidente Lula ser eleito presidente em 2018 e reeleito em 2022. Daí a conversão oportunista do PSDB à proposta de por fim à reeleição por ele mesmo instituída no país sob graves suspeitas de compra de votos.

A tentativa de derrotar o PT e a presidenta Dilma a qualquer preço tem seu exemplo maior na revista Veja e no boato sobre um suposto e falso assassinato de um dos delatores da operação Lava Jato, Alberto Yousseff, uma tentativa desesperada e não inédita de interferência indevida e ilegal no processo eleitoral.

Dai o direito de resposta dado ao PT pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), agravada depois com a 2ª tentativa de transformar um ato de protesto contra a revista (na 6ª à noite) – condenado pelos presidentes Dilma e Lula – em atentado à liberdade de expressão e de imprensa, na tentativa vã de atenuar o atentado à democracia e à própria liberdade de imprensa que a revista praticou e pratica.

O fato concreto é que praticamente toda a mídia apoiou Aécio e militou pela derrota do PT, dos presidentes Lula e Dilma. Alguns assumiram em editoriais – caso do Estadão, ontem e quase diariamente – outros não, criando um desequilíbrio na disputa apenas atenuado com o horário eleitoral e com nossa atuação nas redes.

Veja é que atentou contra a liberdade de expressão e de imprensa

Não fosse o legado dos 8 anos do presidente Lula e a continuidade que a presidenta Dilma deu ao nosso projeto para o país com novas iniciativas como os programas Mais Médicos, PRONATEC e Minha Casa Minha Vida, o poder da mídia nos teria derrotado e entregue de bandeja o governo de volta aos tucanos.

Não fosse esse legado e sua continuidade, não fosse a presidenta Dilma e sua recusa a aceitar as receitas ortodoxas no interesse do capital financeiro, não fosse a proteção dada por ela ao emprego e ao salário, às conquistas trabalhistas e sociais dos trabalhadores e da classe média, e não fosse o engajamento de nossa militância e de milhões de brasileiros que vestiram e apoiaram a candidatura de Dilma, não teríamos vencido ontem.

Assim não se trata de unir o país ou evitar a polarização. A tarefa principal agora é viabilizar o diálogo nacional, como enfatizou nossa presidenta em seu discurso da vitória na noite de ontem, para buscar campos de consenso e acordo para realizar as mudanças e reformas que o país demanda, dentro do programa aprovado pela maioria dos brasileiros que a elegeram.

Com esse discurso, oposição tenta deslegitimar vitória

Só assim, e este é realmente o caminho para evitar que predomine o discurso da oposição, da deslegitimação da vitória da presidenta Dilma, ou da radicalização contra seu governo e se estará criando pontes e abrindo caminhos para, por exemplo, fazer as reformas política e a tributaria.

O problema não é, portanto, votar em Aécio ou Dilma, optar por um outro partido ou programa, o problema é não aceitar a derrota ou a vitória de um e outro. É problema é querer romper com as regras democráticas, sabotar o governo e paralisar o Congresso Nacional, buscando descaminhos para inviabilizar a gestão do país.

A saída é o governo e nós fazermos uma leitura correta do recado das urnas e buscarmos compor uma maioria no pais, na sociedade e no Congresso para fazer avançar as reformas e mudanças reclamadas pelo país.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

EU JÁ SABIA



“O resultado deste pleito está praticamente definido e a reeleição da presidenta Dilma Rousseff é fato consumado.”

Esta frase resgato do último post publicado neste blog na última sexta-feira, 24/10 às 08:30h.

O povo brasileiro escolheu Dilma Rousseff presidenta! Venceu Dilma, venceu o Brasil, venceram os brasileiros e as brasileiras. Venceu a democracia que, apesar da disputa tensa, acirrada e agressiva - com boatos, denúncias de fraude nas urnas e tentativa de golpe -, saiu fortalecida e não sofreu qualquer abalo em seus alicerces. A vitória de Dilma é a vitória dos progressistas, é um sonoro "não" ao retrocesso.

RESULTADO FINAL POR REGIÕES
REGIÃO
DILMA
AÉCIO
NORTE
               4.393.301
               3.376.148
NORDESTE
             20.181.579
               7.967.846
CENTRO-OESTE
               3.254.304
               4.388.594
SUDESTE
             19.857.894
             25.470.265
SUL
               6.759.908
               9.686.559
EXT/TRANSITO
                    54.132
                  151.743
T O T A I S
             54.501.118
             51.041.155
Raras vezes, na história da humanidade, um país se deixou cegar tanto pelo ódio político, pela intolerância e pela mentira, sendo tão vilipendiado por sua própria elite. Agora, que as eleições acabaram, relembre: o Brasil é exemplo global no combate à fome, tem a menor taxa de desemprego de sua história, uma nova classe média pujante, que adensa um dos maiores mercados de consumo de massa do mundo, e uma presidente revigorada pela vitória nas urnas; além disso, está prestes a se tornar um dos grandes produtores globais de petróleo, não há descontrole inflacionário e os ajustes necessários na economia são bem menos severos do que se apregoa; por último, mas não menos importante, o Brasil NÃO é bolivariano!

Lamentável mesmo foi a postura de vários brasileiros nas redes sociais incitando o ódio e proferindo ofensas contra os nordestinos. Além de falta de respeito e de caráter esses brasileiros parecem que esqueceram do tempo em que não existia democracia neste país. Nem eleição direta pra presidente. Por acaso lembram ou leram sobre o movimento Diretas Já do início da década de 80?
O que mais impressiona é que erroneamente culpam as regiões Norte e Nordeste pela não eleição do seu queridinho cheirador.

O candidato tucano perdeu em Minas Gerais (onde governou) e no Rio de Janeiro (onde mora) com uma diferença acima da média nacional.

Em qualquer eleição de 2º. Turno, vence o candidato que obtiver, sem meias palavras, mais votos que o oponente. E foi exatamente isso que aconteceu ontem. 54.501.118 eleitores votaram Dilma e 51.041.155, Aécio.

Vamos então identificar de onde vieram os 54,5 milhões de votos da Presidenta reeleita Dilma Rousseff?

DILMA CENTRO-OESTE/SUDESTE/SUL x NORTE/NORDESTE                   

CENTRO-OESTE SUDESTE       SUL
             29.872.106
54,81%
NORTE        NORDESTE
             24.574.880
45,09%
EXT/TRANSITO
                    54.132
0,10%
BRASIL
             54.501.118
100,00%

A maioria dos eleitores de Dilma Rousseff e do PT estão nas regiões Centro-Oeste/Sudeste/Sul (54,81%) e não no Norte e Nordeste (45,09%).

Foram computados no nordeste 28.149.425 votos válidos. Ora, se 100% desses votos fossem dados à Dilma Roussef, ainda assim seriam menos votos do que ela recebeu nas demais regiões do país.

Esta foi uma vitoria da luta contra o ódio. Contra o fascismo de alguns. Contra as idéias nazistas de outros. Esta foi uma vitoria de um “Brasil para todos”, de um Brasil que rejeita sua divisão. Avante Brasil.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O OTIMISMO VENCERÁ O PESSIMISMO


A guinada da presidente Dilma Rousseff, que abriu nesta quinta-feira seis pontos de vantagem sobre o tucano Aécio Neves, consolida um cenário onde a candidata à reeleição avançou em todas as classes sociais.
Na primeira pesquisa realizada após o primeiro turno, Aécio alcançava 74% entre os integrantes da classe alta e 67% entre os da média alta. Hoje, essas taxas correspondem a 64% e 58%, respectivamente.
Além disso, dizem que agora percebe-se que em comparação com o levantamento de duas semanas atrás, o tucano perdeu oito pontos no Rio e seis em São Paulo.
O resultado deste pleito está praticamente definido e a reeleição da presidenta Dilma Rousseff é fato consumado.
NÃO DESISTE NUNCA
A menos de 72 horas das eleições presidenciais, a revista Veja publica uma capa que poderá entrar para a história do jornalismo como um dos mais sórdidos atentados contra a democracia já vistos no País. A reportagem destaca suposto trecho da delação premiada do doleiro Alberto Youssef, em que ele afirmaria que tanto a presidente Dilma Rousseff como seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva "sabiam de tudo" que ocorria na Petrobras.
Que Veja é e sempre foi tucana, isso jamais foi mistério. Mas não se esperava de uma publicação por onde já passaram nomes honrados do jornalismo brasileiro uma tentativa tão torpe de se sobrepor à soberania popular e golpear a democracia. Baixaria sem limites.
O DIA SEGUINTE
A sociedade brasileira já sabe que quem irá governá-la pelos próximos quatro anos:a presidenta Dilma Rousseff.  Com o anúncio oficial do resultado, o trabalho essencial no dia seguinte será de diálogo e de reconstrução de pontes. Para um país de centro, e de natureza conciliadora, como é o Brasil, foi espantosa a radicalização que se viu nessa disputa. Agressões nas ruas, insultos no meio artístico, ofensas nas redes sociais e até divisões familiares. Para quê? Para nada, como diria o poeta pernambucano Ascenso Ferreira.
A sucessão de escândalos, tanto tucanos quanto petistas, é fruto de uma democracia que ainda não se libertou do poder do dinheiro e não encontrou mecanismos adequados de financiamento.
A grande tarefa da futura presidenta será sem dúvida a reforma política. Até porque, na economia, ao contrário do que apregoou no período eleitoral, os ajustes são bem mais simples do que parecem. O Brasil opera hoje em pleno emprego, fechará o ano com a inflação na meta, ainda que no teto, e possui um caminhão de reservas internacionais. Ou seja: há uma herança benigna.
O grande risco que nos cerca é o de os derrotados não aceitarem os resultados das urnas e lutarem por um "terceiro turno". A radicalização, numa sociedade pacífica, mas momentaneamente conflagrada, poderá causar danos irreversíveis a um país que é democrático e nada tem de "bolivariano".

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ARMÍNIO NauFRAGA

Hoje quero fazer uma reflexão sobre a visão de economia que fazem os candidatos à Presidência da República.
 
Não há como negar as conquistas realizadas por Lula e Dilma no período, principalmente no aspecto da empregabilidade no Brasil.
 
“Nessa eleição, está em jogo o futuro do nosso país. Sabemos quem, no passado, bateu recordes de desemprego: o Governo FHC. Em 2002, com FHC, eram 11 milhões de desempregados no Brasil”, declarou a candidata à reeleição.
 
Dilma sabe que o fracasso do governo tucano no passado amedronta o trabalhador brasileiro que hoje tem emprego, oportunidades e faz projetos para o futuro. Seu e de sua família. Por isso mesmo explora a “nomeação” antecipada de um dos responsáveis pela economia da época, Armínio NauFraga. Mais um tiro no pé do candidato tucano.
 
Não fosse a declaração acima (foto) a respeito do salário mínimo, Armínio NauFraga também afirmou, em outra ocasião não saber “o que vai sobrar” dos três principais bancos públicos do nosso país: BB, CEF e BNDES. Em entrevista concedida a órgãos de imprensa o Ministro da Fazenda de Aécio admitiu como remédio “a redução da participação dos bancos públicos nas políticas de inclusão social”.
 
Passada a euforia da ida ao segundo turno a campanha do pessimismo vem perdendo gradativamente sua força. Abrindo espaço para o otimismo e para a continuidade das mudanças estruturais que o brasileiro passou a experimentar após a eleição de Lula.
 
O que está bom vai continuar. O que não está precisa melhorar.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A EDUCAÇÃO DE AÉCIO

Por Vladimir Safatle



Quem realmente se importa com a educação nacional não pode decidir seu voto sem antes refletir sobre alguns dados a respeito de nossas universidades. Queiram seus protagonistas ou não, esta é uma eleição de retrovisor. Não só o governo apoia-se principalmente naquilo que já fez, usando o discurso da perda possível do que foi conquistado como motor de mobilização. A oposição também se apresenta com basicamente os mesmos personagens vindos do finado governo FHC.

Desde o responsável pelo programa econômico até a responsável pelo programa de educação, todos, a começar pelo próprio Aécio Neves, estiveram organicamente ligados aos oito anos de governo FHC. Não houve autocrítica alguma nem renovação ou reposicionamento a partir dos fracassos passados. Por isso, impossível não esperar a reedição do que o país já viu nos anos 90.

Vale a pena insistir neste ponto porque o legado educacional desses anos foi lamentável. Durante oito anos, o país não inaugurou nenhuma (há de se sublinhar, nenhuma) nova universidade federal. Ao contrário, quando o sr. Paulo Renato entregou seu cargo de Ministro da Educação, o país conhecera oito anos sem concursos públicos para professores universitários, deixando um déficit de 7.000 professores no sistema nacional.

Apenas a título de exemplo, a UFRJ, uma das mais importantes universidades do país, diminuiu (sim, diminuiu) em 10%, sendo obrigada, entre outras coisas, a fechar cursos noturnos por não ter dinheiro para pagar a conta de luz (não, isso não é uma metáfora). Bem, depois de 2002, 18 novas universidades federais foram inauguradas.

Como se não bastasse esse legado, seu partido, no governo do Estado de São Paulo há mais de duas décadas, é atualmente responsável direto pela situação falimentar das universidades paulistas. Afinal, é o governador do Estado que indica os reitores, muitas vezes contra as escolhas da maioria da comunidade acadêmica, como foi com o polêmico senhor João Grandino Rodas. Nestes anos de Tucanistão, o Estado paulista impôs um ritmo de crescimento às universidades desprovido de dotação orçamentária para tanto. O resultado é a crise que aí está.

Agora, se isso não basta, façam uma pesquisa e perguntem qual é a situação da Universidade Estadual de Minas Gerais, esta sim sob a responsabilidade direta do senhor Aécio e seu grupo. Suas condições deterioradas de trabalho, com seus professores "designados" e sua infraestrutura precária, são conhecidas no meio acadêmico e motivos de greves periódicas.

Com toda esta história e este presente, há de se perguntar: é essa "renovação" que o país precisa?

terça-feira, 21 de outubro de 2014

PESQUISAS REVELAM TENDÊNCIAS

Os números de Dilma e do adversário tucano da vez estão extremamente próximos dos da eleição de 2010, entre ela e Serra.

Em 31 de outubro de 2010 Dilma Rousseff obteve 55.752.529 votos, ou 56,05% dos votos válidos; José Serra obteve 43.711.388 votos, ou 43,95% dos votos válidos.
Amanhecemos repercutindo as recém-divulgadas pesquisas CNT/MDA, Datafolha ou Vox Populi. Todas mostram trajetória ascendente de Dilma. Continuará esse movimento de subida?

A tendência é a de que continue. A virada é muito consistente. Mostra uma onda (modesta) como a de 2010, na reta final do segundo turno.
Assim como em 2010, na virada para o segundo turno houve desânimo petista e euforia tucana. Mas no segundo turno, com apenas duas opções, o país resiste a trocar o certo pelo duvidoso.

Agora, o mais importante da reflexão: pela margem de erro do Datafolha, por exemplo, Dilma tem entre 54% e 50% dos votos válidos e Aécio, entre 46% e 50%.
No topo da margem de erro, Dilma está a 2 pontos percentuais de repetir a votação de 2010. Teria hoje 54% contra 46% de Aécio.

Se estiver ocorrendo um movimento de ascensão da campanha petista, ganhar mais dois pontos será moleza.
Até porque, os 6% de indecisos que restam pertencem às camadas mais pobres da sociedade, que tendem sempre a votar no PT.

Claro que é cedo para comemorar, pois a vantagem de Dilma é numérica e percentualmente pequena. Todavia, a virada soa razoavelmente clara.
A esta altura, denota que cada vez mais gente vai refletindo que o risco de trocar tudo o que tem hoje pelas promessas vagas de Aécio é um risco que não vale a pena correr.

Temos que entender que ninguém está penando hoje no Brasil. Muito pelo contrário. Salários continuam subindo, desemprego continua caindo, inflação está controlada e o crescimento começa a ser retomado.
E Aécio, o que promete? Garantiu que, se eleito, não haverá piora da situação das pessoas? Não garantiu. Pelo contrário, falou em “medidas impopulares”.

Dilma, não. Garantiu que, com ela, não haverá arrocho salarial, choque fiscal, monetário ou aumento do desemprego. É o que as pessoas querem ouvir
E convenhamos: se a conta de Luz, que caiu quase 30%, vier a subir 10%, 20%, não chegaá a ser uma catástrofe.

E a gasolina não sobe faz muito tempo. O brasileiro gasta menos com combustível hoje do que há um ano. Um reajuste, dadas as condições atuais das pessoas, não assusta ninguém.
Veja a ironia, leitor: tanto trabalho que a direita teve com protestos, terrorismo econômico, bombardeio midiático sobre corrupção e pode conseguir, apenas, o mesmo que há 4 anos.

Como diria Shakespeare, “muito barulho por nada”

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O DEBATE

Vou ser bem direto e pouquíssimo passional na análise do debate de ontem na Record.

Não mexe em nada com mais de 80% dos eleitores que, a esta altura, têm seu voto decidido para o próximo domingo.

A esta altura, exceto por revelações bombásticas, o clima é mais importante que os argumentos.

Como nada do que foi dito na Record foi bombástico, também não são bombásticos os efeitos do debate.

O que não quer dizer que são ou serão pequenos.

Dilma se moderou nas citações numéricas e estatísticas e produziu, de novo, fatos concretos.

Sobretudo na questão da segurança.

Os argumentos de Aécio se desmontam com os números e é provável que a própria mídia os tenha de repercurtir.

Mas, insisto, isso não é o essencial.

O essencial é que as pessoas possam se sentir seguras com Dilma, e sentir-lhe a segurança.

A eleição está dividida e como em toda a situação dividida, a confiança que se percebe e se transmite é decisiva.

Aécio pareceu-me bem menos seguro e a muitos deve ter dado também esta sensação.

Claro que não aos áulicos, mas os áulicos servem para bater palmas no estúdio, não mais que isso.

O fato é que a insegurança mudou de lado, em duas semanas.

Depois do desempenho ”surpreendente” de Aécio no primeiro turno (embora muitos já estivéssemos afirmando muito antes que ele e não Marina iria ao segundo turno) e do apoio que o tucano recebeu de praticamente todas as candidaturas, exceto a de Luciana Genro, a pergunta já não é mais se Dilma terá condições de resistir-lhe.

Mas se ele terá condições de ultrapassá-la.

Porque, mais que o resultado que se publica, a gente percebe no comportamento dos candidatos quando ele sabe está atrás ou à frente nas intenções de voto, porque tem dados muito mais precisos e confiáveis do que nós.

Aécio já não era o “desafiador”.

Mas o desafiante.

E nisso, ele foi xoxo.

Não poderia, como ocorreu, ter recebido “explicações” da candidata sobre o que significavam as coisas sobre as quais falava, como os bancos públicos, por exemplo.

Nada pior do que se mostrar despreparado. O que, apesar da oratória limitada, Dilma não se mostra.

Ele, muito mais do que ela, precisaria ter exibido solidez, porque depende de um “clima”.

E não exibiu justamente porque tem pouca solidez.

O debate do SBT, como o da Band, teve o tom certo para mobilizar apoiadores.

Aécio vinha de seu momento e, pelo visto, não conseguiu capitalizar o favoritismo com que emergiu das urnas do primeiro turno, quando poderia ter abatido a estabilidade que, há meses, a candidatura Dilma apresentava, justamente por ter esta solidez.

Seria uma nova “onda” e a “onda” foi quebrada com o confronto.

Já o da Record mirou os eleitores, não para os militantes.

E, para eles, Dilma acertou o tom.

Recuperou a segurança, a firmeza, a imagem tranquila.

A de favorita.

PARA REFLETIR


A CENSURA PRÉVIA VOLTOU...


O Tribunal Superior Eleitoral tomou duas decisões que remontam censura à liberdade de informação jornalística e à liberdade de expressão. Estranho mesmo é que o TSE disponha de poderes para opor-se a princípios constitucionais.

São medidas para aplicação imediata nos programas de propaganda eleitoral do segundo turno. Muda as regras de um processo em curso, já em seus últimos dias.

Uma das restrições proíbe a reprodução, nos programas de propaganda eleitoral, de reportagens e artigos de imprensa. Fica evidente a restrição a liberdade de imprensa com antecedência. Ou seja, censura prévia.

O TSE proibiu a exibição, na propaganda de Dilma Rousseff, de um recorte de jornal sobre demissões de jornalistas em Minas, atribuídas a pressões do então governador e negadas pelo hoje candidato. O relato dessas demissões, pelos próprios atingidos, está no documentário "Liberdade, Essa Palavra", de Marcelo Baêta Chaves.

No episódio da delação premiada de Paulo Roberto Costa, o TSE não achou necessidade de agir contra o uso de acusações tão graves, mas sem provas.

Também gerou pouca repercussão na mídia a acusação de que o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, morto há sete meses, foi comprado por Paulo Roberto Costa para inviabilizar uma CPI da Petrobras em 2009. Prova? Até agora, nenhuma.

Mas a acusação está aí. Sem parecer ao TSE que explorá-la é mais um excesso incompatível com eleições presidenciais.

O TSE proíbe também a exibição de entrevistados em apoio a afirmações críticas feitas pela campanha. Nada convém mais a uma crítica do que a fundamentação com fatos ou com manifestações pessoais. O TSE não a quer.
 
Nesse segundo caso, o TSE proíbe que cidadãos usufruam da liberdade de expressar suas queixas, suas aspirações e, pode ser, sua adesão eleitoral. Ou seja, ao cidadão fica proibido mostrar que é cidadão.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

COMO MANIPULAR UMA PESQUISA

Por Luciano Martins Costa em 16/10/2014

As duas pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta quinta-feira (16/10) proporcionam um bom exemplo para a análise do protagonismo da imprensa na disputa eleitoral. O Estado de S. Paulo proclama: “Aécio e Dilma mantêm empate técnico, apontam pesquisas”. A Folha de S. Paulo anuncia: “A 11 dias da eleição, Aécio e Dilma mantêm empate”. O Globo afirma: “Disputa fica estável apesar de agressões”.
Nas linhas finas, os três jornais procuram destacar uma suposta vantagem numérica do candidato do PSDB, sendo que o Globo faz uma relação direta entre as trocas de acusações nas propagandas eleitorais e o resultado das consultas do Ibope e do Datafolha.

Também há análises observando que o apoio dado ao senador Aécio Neves pela ex-ministra Marina Silva e pela família do falecido ex-governador Eduardo Campos não ajudou muito o candidato. O Datafolha sugere, aliás, que o apoio de Marina mais atrapalha do que favorece o ex-governador de Minas.
Pesquisas devem ser levadas a sério, porque são usadas intensamente pelos partidos políticos e alimentam a pauta da imprensa. No entanto, é preciso desconfiar quando duas consultas feitas em datas diferentes apresentam resultados iguais, principalmente se se considerar que entre uma e outra ocorreram fatos relevantes, capazes de mudar as convicções de muitos eleitores.

O Ibope colheu seus dados entre os dias 12 e 14/10, antes do debate realizado pela TV Bandeirantes na noite de terça-feira (14), e o Datafolha saiu a campo no dia 14 e no dia seguinte, ou seja, sua amostragem foi parcialmente influenciada pelo debate.
Os analistas da mídia reconhecem que esse foi um divisor de águas, por colocar os oponentes, pela primeira vez, questionando-se diretamente um ao outro, sem a intervenção de jornalistas e de outros candidatos.

O Estado de S. Paulo apresenta um quadro onde considera o debate relevante para as escolhas dos eleitores, mas não explica por que ele foi parar ali, uma vez que o fato aconteceu depois da pesquisa Ibope. Portanto, seria de se esperar que o resultado do Datafolha viesse ao menos ligeiramente diferente dos indicadores do Ibope.
Mas essa ainda é uma questão menor.

A lavagem de factoides
Nos anos 1980, jornalistas da revista Veja chamavam de “a mão peluda” as intervenções do então diretor de redação, Roberto Guzzo, em seus textos. Era uma forma bem-humorada de protestar contra a homogeneização do estilo, que, posteriormente, degenerou para o panfletarismo puro e simples.

Pois a “mão peluda” pode ser flagrada na cobertura eleitoral dos principais veículos de comunicação do País, num jogo que começa na pauta e continua nas pesquisas de intenção de voto.
Vejamos, então, como funciona: a imprensa hegemônica martela sem cessar um assunto que é desfavorável a um dos candidatos. Nem é preciso demonstrar, mas até mesmo o leitor mais fiel sabe que o noticiário é predominantemente negativo para a candidata do Partido dos Trabalhadores, enquanto seu oponente é poupado em nível de vassalagem. Então, o tema central do bombardeio contra a candidata petista vai parar nos formulários que os pesquisadores levam a campo. E muitas respostas, evidentemente, podem ser influenciadas.

A manobra é denunciada por eleitores nas redes sociais, e o questionário inteiro da pesquisa pode ser conferido no site do Tribunal Superior Eleitoral (ver aqui).
Na pergunta 22 da pesquisa Datafolha, por exemplo, o eleitor ouve o seguinte: “Você tomou conhecimento das denúncias de um ex-diretor da Petrobras que envolvem o pagamento de propinas em contratos da empresa para três partidos: PT, PP e PMDB?” Então, o pesquisador pergunta se o entrevistado acredita ter havido o pagamento de propinas, e depois questiona se essas denúncias deveriam ser divulgadas durante a campanha ou só depois do segundo turno. Nas duas perguntas seguintes, o pesquisador envolve diretamente a presidente da República no escândalo, com a seguinte pergunta (P.25): “Na sua opinião, a presidente Dilma Rousseff tem ou não responsabilidade no caso de corrupção em negócios da Petrobras?” E o pacote é fechado por uma questão sobre a eventual influência das denúncias na definição do voto do pesquisado.

O escândalo montado pela imprensa a partir de declarações fragmentadas, vazadas seletivamente de um processo criminal, vai para a pesquisa e depois volta para o noticiário. É assim que funciona a “lavagem” de factoides.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A IRMÃ DE AÉCIO

Extraído de Guilherme Balza
Do UOL, em São Paulo


A irmã de Aécio Neves (PSDB), a jornalista Andrea Neves da Cunha, coordenou o órgão responsável pela aplicação de recursos de publicidade do governo de Minas Gerais no mesmo período em que veículos de imprensa pertencentes à família Neves receberam verba publicitária referentes do governo do Estado.

Andrea foi designada por Aécio para a função. Hoje, a jornalista é responsável por coordenar a comunicação da campanha do irmão à Presidência da República.

Aécio governou Minas Gerais por dois mandatos, entre 2003 e 2010. O órgão, chamado Grupo Técnico de Comunicação Social, foi criado por um decreto (nº. 43.245/2003) assinado pelo tucano em 3 abril de 2003, no início do primeiro mandato.

O decreto estabeleceu que o grupo técnico funcionaria no âmbito da Secretaria de Estado de Governo e teria como função "coordenar, articular e acompanhar a execução da política de comunicação social do Poder Executivo."

Segundo o texto do decreto, o grupo técnico também teria como atribuição acompanhar a "alocação de recursos financeiros aplicados neste segmento [comunicação e publicidade] na Administração Pública Direta e Indireta do Poder Executivo estadual, inclusive quanto ao patrocínio de eventos e ações culturais e esportivas."

Entre as competências do grupo técnico estaria "estabelecer diretrizes para a política de comunicação social" do governo, "manifestar-se previamente sobre a realização de despesas com publicidade" e "representar à Auditoria Geral do Estado" quando houvesse gastos irregulares.

A família de Aécio é proprietária de ao menos quatro veículos: as rádios Arco Íris --retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte--, São João e Colonial, ambas de São João Del Rei, terra natal do presidenciável. Os Neves também são donos do jornal "Gazeta de São João Del Rei". Na rádio Arco Íris, Aécio é sócio com Andrea e a mãe, Inês Maria Neves Faria.

Reportagem da "Folha de S. Paulo" publicada na última terça-feira (13) mostra que o governo de Minas Gerais não divulga os gastos com publicidade em órgãos da família Neves.

De acordo com o jornal, só a rádio Arco Íris recebeu R$ 210.693 em 2010. Durante as gestões de Aécio em Minas, os gastos com publicidade oficial aumentaram em 300% --de R$ 24 milhões para R$ 96 milhões.

No decreto que criou o grupo técnico, Aécio determinou que o órgão fosse formado por três membros designados pelo governador, entre eles o coordenador, além de dez representantes de secretarias de governo e empresas públicas de Minas Gerais.

Em dezembro de 2011, o então governador Antonio Anastasia (PSDB), herdeiro político de Aécio, publicou um novo decreto que revogou o anterior, promoveu mudanças na composição do grupo técnico e especificou que o órgão teria natureza consultiva.

Na composição, o decreto de Anastasia estabeleceu que o governador teria direito a nomear apenas um membro e o que o coordenador do grupo deveria ser, obrigatoriamente, o subsecretário de Comunicação Social, e não os indicados pelo mandatário.

Nepotismo

Em debate realizado pela Band na última terça-feira (13), a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), acusou Aécio de praticar nepotismo ao nomear a irmã, tios e primos para órgãos públicos de Minas Gerais. Em resposta, Aécio desafiou a adversária a mostrar qual familiar ele teria nomeado.

AÉCIO É ASSIM

Por Juca Kfouri


Aécio Neves pediu a seu eleitor Ronaldo Fenômeno que tentasse uma aproximação com o pessoal do Bom Senso FC. Ao mesmo tempo, telefonou para José Maria Marin, outro eleitor dele, em Pequim, desejando-lhe sorte antes do jogo contra a Argentina e, depois, parabenizando-o pelo resultado, segundo a CBF divulgou.

Na reinauguração do Mineirão, em abril do ano passado, Marin participou das homenagens a Aécio e o sítio da CBF também noticiou com destaque, coisa que o político escondeu em sua página ao ocultar tanto a foto quanto o nome do cartola.

Atitudes que fazem parte do jeito dele de ser, mineiro, maneiro e, agora, marineiro.

Quando tinha apenas 25 anos, Aécio foi nomeado diretor de Loterias da Caixa Econômica Federal

Era ministro da Fazenda, no governo Sarney, seu parente, Francisco Dornelles.

Havia três anos que a revista "Placar" denunciara o caso que ficou conhecido como o da "Máfia da Loteria Esportiva" e o presidente da CEF, ex-senador por Pernambuco, Marcos Freire, determinou que o banco, até então nada colaborativo nas investigações, não ocultasse coisa alguma, até para tentar restabelecer a credibilidade da Loteca.

Aécio fez que atenderia, mas não atendeu, apesar de publicamente lembrado do compromisso pelo diretor da revista num programa, na rádio Globo, comandado por Osmar Santos.

Em 2001 quando Aécio já era presidente da Câmara dos Deputados, uma nova simulação.

Corria um processo de cassação do mandato do deputado Eurico Miranda, presidente do Vasco da Gama, e do mesmo partido de Francisco Dornelles, o Partido Popular.

A cassação era dada como certa até que, no dia da decisão, sob a justificativa de comparecer ao enterro da mãe de Dornelles, Aécio se ausentou e o processo acabou arquivado pela mesa diretora da Câmara.

Aécio deixou uma carta a favor da abertura do processo, sem qualquer valor prático. E deixou de votar, o que teria consequência.

Conselheiro do Cruzeiro, foi Aécio quem fez do ex-presidente do clube, Zezé Perrela, o suplente de Itamar Franco, eleito senador, aos 80 anos, em 2010, e falecido já no ano seguinte.

Tudo isso, e apenas no que diz respeito, direta ou indiretamente, ao futebol brasileiro, revela um estilo, um modo de ser.

Que não mudará, caso seja eleito presidente da República, o futebol brasileiro, como Marin, aliás, acha que não tem mesmo de mudar.

AREIA E NEYMAR

Dê um piano desafinado para Arthur Moreira Lima e tenha certeza de que ele não fará um bom concerto.

Assim se dá, também, em regra, em gramados ruins quando se trata de futebol.

Como o que não tem conserto no Brasil é dona CBF, mais uma vez a Casa Bandida submeteu a seleção brasileira a um areial, agora em Cingapura.

Para um time em busca de reabilitar sua imagem não apenas como vencedor, mas como capaz de jogar bonito, parecia missão impossível.

Não foi. Afinal, Neymar tem 22 anos de praia.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

LIBERDADE DE EXPRESSÃO



Manifesto do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

Na semana de luta pela democratização da comunicação, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé declara o candidato Aécio Neves como o Inimigo Público nº 1 da Liberdade de Expressão e aponta o retrocesso que uma vitória do tucano significaria na luta pela regulação democrática dos meios de comunicação.

Em sua trajetória na política, Aécio Neves tem atuado ostensivamente como censor. São incontáveis os casos de intervenção direta do tucano nos veículos de comunicação e nas redes sociais para impedir a publicação de notícias negativas a seu respeito ou sobre o seu governo.

A censura praticada por Aécio Neves assume várias formas: a ligação direta para os donos dos veículos de comunicação, perseguição a jornalistas e comunicadores sociais e ações judiciais para impedir publicações e retirar conteúdos da internet.

Aécio e o PSDB são autores de duas ações para retirada de conteúdo na internet. Uma delas quer retirar da rede mundial de computadores todos os links (levantamento aponta que são mais de 20 mil conteúdos) que fizerem menção ao desvio de verbas praticado pelo tucano no governo de Minas Gerais. A outra – que corre em segredo de Justiça! – pede que sejam tomadas providências contra perfis e comunidades na internet que relacionam Aécio ao consumo de drogas.

Durante a campanha eleitoral, Aécio Neves entrou com um processo contra o Twitter exigindo que os registros cadastrais e eletrônicos de 66 usuários da rede social lhe fossem entregues, entre os quais de blogueiros, jornalistas e ativistas digitais. Também foi amplamente divulgada a invasão do apartamento da jornalista Rebeca Mafra, pela polícia do Rio de Janeiro, por solicitação de Aécio Neves, que citou a jornalista por crime contra a honra.

Estes são apenas alguns exemplos da faceta autoritária do candidato Aécio Neves. Um político que não consegue conviver com a liberdade de expressão não terá nenhum compromisso com a sua promoção. Ao contrário, suas ações no Senado Federal mostram inclinações opostas, como ficou explícito durante a votação do Marco Civil da Internet, aliás, uma lei que em parte surgiu para responder a tentativa do senador tucano, Eduardo Azeredo, de instituir o AI 5 Digital e transformar a internet num ambiente de controle e sem liberdade.

Neste momento crucial para o avanço da democracia no Brasil, o Barão de Itararé reitera seu compromisso com a liberdade de expressão, um direito que pressupõe que todas e todos os cidadãos possam manifestar livremente suas opiniões. Tal direito só pode ser garantido se o Estado criar mecanismos que impeçam a existência de monopólios privados atuando na comunicação. E, infelizmente, o Brasil é um exemplo de como a ausência destes mecanismos traz danos irreparáveis à democracia.

Reconhecemos, ainda, que poucos passos foram dados nos últimos anos para enfrentar a necessária regulação democrática dos meios de comunicação, e assim promover mais pluralidade e diversidade na mídia brasileira, combatendo o monopólio privado da mídia que atua, no país, como partido de oposição.

Neste sentido, afirmamos que é imprescindível aumentar a mobilização da sociedade para lutar por um novo marco legal para as comunicações, ampliando a coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular para uma Mídia Democrática e exigir que um novo governo da presidenta Dilma Rousseff assuma o compromisso, já sinalizado pela candidata, de fazer a regulação econômica da mídia.

O Brasil não pode andar para trás.

Contra a censura, em defesa da Liberdade de Expressão!

São Paulo, 14 de outubro de 2014